Mostrando postagens com marcador Milão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Milão. Mostrar todas as postagens

quarta-feira

Ugg ou seria Uggly?

Coluna Trend By Woman (TBW) por Mariana Yoshimoto

Outro dia eu vi uma palestra com o Tommy Hilfiger e uma pessoa que estudou o estilo preppy (outro dia eu exploro o conceito que é bem divertido). E um dos comentários da pessoa sobre a moda italiana foi o seguinte: "como a moda italiana pode ser classificada como uma referência se vocês usam Ugg e Moncler?".

Nao consegui parar de refletir sobre o assunto, já que sempre insisto em dizer que os italianos tem um senso estético mais avançado do que o nosso - brasileiro. E por isso, a reflexão que deve ser gerada aqui é: como podemos desenvolver a nossa percepção estética e enfrentarmos as barreiras que nós criamos sobre a moda?

Vamos começar pelo fato de que brasileiro muitas vezes se sente inseguro de mostrar o seu estilo sem ser julgado pelo vizinho.

O Brasil é ainda um país relativamente novo, em fase de crescimento e com muita desigualdade social. E a forma de mostrar que alguém tem uma condição financeira melhor do que a outra, muitas vezes é expressado nas roupas que todos vestem.

Não só entramos no mérito de quem tem uma condição financeira melhor, mas também em como as pessoas se enquadram dentro da realidade que elas vivem. Um bom exemplo disso são as tribos que são criadas para que haja identificação entre as pessoas que tem os mesmos gostos. Essa criação de grupos acaba restringindo a relação que cada um tem com as suas roupas! Limita-se o estilo, prevalece os mesmos padrões, sem inovações ou mudanças!

Por outro lado, vejo um grande crescimento de blogs sobre moda e do sucesso das redes de fast fashion (Zara, H&M...).

Muitas meninas acabam copiando os estilos do exterior, principalmente os americanos. Eu apoio muito o benchmarking, mesmo porque, entendo que estas ferramentas de marketing e comunicação estão a disposição para ensinar e ajudar a disseminar alguns momentos da moda.

Mas ainda acho que o povo brasileiro, que é formado de tantas misturas de raças precisa começar a arriscar mais na mistura de tecidos, cores, estampas.... para conseguir desenvolver uma moda brasileira mais significativa no exterior. E nao só sermos uma cópia ou o país da moda praia.

Apoio o consumo das redes fast fashion neste ponto que o Brasil está. As grandes marcas desenvolvem grandes estudos (tendências, cores, estilos, tecidos...) para criar uma coleção. Quando as fast fashions desenvolvem as suas coleções baseadas nas marcas de referência da moda (Prada, Gucci, Dolce&Gabanna, Missoni...), elas acabam educando o consumidor que é alheio à moda. Cria-se uma disseminação das coleções e pessoas que antes nunca pensavam sobre moda, acabam sendo impactadas e absorvem algum conhecimento estético.

A reflexão sobre o assunto é longa, mas vamos torcer para que a moda seja mais disseminada, os julgamentos acabem, e que as ruas do Brasil fiquem longe das botas Uggs e jaquetas Moncler!

Um abraco,
Mariana Yoshimoto

quinta-feira

Direto de Milão - O Brasil está na mira do Luxo

Coluna Trend by Woman (TBW) por Mariana Yoshimoto



No quesito moda, especialmente, o Brasil está em voga. Aqui em Milão, se fala muito de como o Brasil será um mercado importante para a Itália.

Na revista Fashion Illustrated de Fevereiro de 2011 saiu uma matéria que chama: Focus Brasile. A matéria de 2 páginas conta detalhes muito interessantes do Brasil na moda e ainda mostra duas fotos: uma do desfile do Alexandre Hercovitch e a outra do desfile da Animale.

A matéria começa contando a história da chegada das primeiras grandes marcas italianas no Brasil, como por exemplo, Armani, Versace e Ferragamo. Já a Bulgari, está no Brasil a 10 anos. E fazendo referência ao Carre d’Or em Milão, que são quarteirões que possuem as marcas mais importantes da moda. Eles dizem que as marcas italianas chegam no Brasil e abrem lojas principalmente, entre os quarteirões da Oscar Freire, Bela Cintra, Haddock Lobo e Lorena.

Segundo estimativa de uma empresa especializada em consultoria econômica, Prometeia, em 2015 a população brasileira de ricos deverá superar 6,6 milhões de euro. E reforçam que embora os impostos sobre produtos de tecido e de vestimenta sejam altíssimos, ainda identificam que há um grande interesse pela moda italiana, já que a população brasileira valoriza a qualidade e o requinte do Made in Italy.

Podemos ver o quanto o mercado brasileiro é relevante para a Itália, já que a exportação do setor de tecido e de moda foi de 52 milhões de euros nos 10 primeiros meses de 2010.

A Missoni, marca forte no território italiano, chegou ao Brasil em 2009, no Shopping Iguatemi, em São Paulo e em 2010 abriu uma franquia no Shopping Iguatemi de Brasília.

Vittorio Missoni diz que a intenção é abrir uma loja no Rio de Janeiro o mais breve possível. Porém, ele afirma o quanto a burocracia de uma economia protecionista, complica a expansão dos negócios. E entende que o Brasil sofre, além dos impostos, com a alta concentração de poucos estabelecimentos para abrir lojas, já que a dinâmica brasileira é baseada em shoppings.

O que restringe, já que em São Paulo, só existe o Shopping Iguatemi e o Cidade Jardim focados no segmento de luxo.

A expectativa de abertura do Shopping JK está animando os investidores italianos.

E além dessa concentração, Vittorio diz que o consumidor que tem poder aquisitivo para comprar na Missoni, muitas vezes não tem paciência para esperar a coleção que já foi lançada na Europa ou nos Estados Unidos chegar ao Brasil e prefere fazer as suas compras no exterior. O que diminui o interesse pela compra da coleção do Brasil, que devido à diferença de estações, não é a mesma do hemisfério Norte.

Só para visualizarmos o investimento italiano no Brasil, seguem alguns exemplos de investimento publicitário em 2010:

Marca                      Meio de comunicação     $ US

Brooksfield                Revista                            655.808

Diesel                        Revista                           395.863

Dolce & Gabbana     Revista                            622.645

Emporio Armani        Revista                           889.669

Prada                        Revista                           399.834

Roberto Cavalli        Revista                            755.843

Trussardi                  Revista                            2.085.172


Fica a dica, se você tiver com algum dinheiro sobrando para investir, abra um shopping de luxo que o Brasil ainda continua carente. Os italianos agradecem.

Abraços,
 
Mariana