terça-feira

Mulher - liderança no empreendedorismo


Por Cinthia Almeida

As mulheres brasileiras tornaram-se líderes no empreendedorismo no país. Elas representam 53% do total de empreendedores do Brasil, o que corresponde ao universo de 18,8 milhões de mulheres. Os dados são da pesquisa Global Enterpreneurship Monitor, realizada no país pelo Sebrae e Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade.

Além disso, o Brasil foi o país com o maior número proporcional de iniciativas desenvolvidas pelo público feminino, de acordo com o último estudo. E ocupa a 7ª. posição no ranking mundial de mulheres empreendedoras.

Este avanço da população feminina já caminha em diferentes setores da nossa economia. E se tornou mais claro, em específico, no empreendedorismo desde 2001 com a queda da participação masculina e estagnação em outros anos. E, por conseqüência, com a ascensão da colaboração feminina alcançando o ápice no ano de 2009 (última mensuração da pesquisa).

Figura: Empreendedorismo entre gêneros


Mas o que as levou a alcançarem esta posição de liderança?

Considerando que a liderança foi alcançada em 2009, podemos citar a crise vivida pelo mundo em 2008/2009. Apesar do Brasil ter sofrido menos que muitos países, acompanhamos diversas demissões de grandes multinacionais seja pelo corte de custos vindos de suas matrizes como também por medo e precaução de outras tantas empresas com o que poderia vir a acontecer.

Nesta fase, muitas mulheres aproveitaram para se recolocarem como donas de seus próprios negócios.

Além do fator econômico, é importante destacar o comportamento feminino.

As mulheres, em geral, são muito detalhistas, ou seja, neste caso elas analisam e planejam de forma minuciosa as possíveis oportunidades, desafios e riscos do negócio em questão.

Elas são mais persistentes nos objetivos a serem alcançados, deixando de lado o imediatismo e trabalhando com maior paciência para esperar seu negócio dar lucro.

O fato de serem multi-tarefas muitas vezes as obriga a buscar trabalhos que conciliem todos os papéis que desempenham. Algumas começam com trabalhos que complementem a renda, outras buscam “bicos” paralelos para as satisfazerem e quando possível, se dedicar completamente à atividade escolhida. São em exemplos assim, que nascem as mulheres empreendedoras.

As mulheres são movidas a desafios e buscam, em geral, aprofundar seu conhecimento, o que as auxilia a encontrar novas oportunidades e compartilhar experiências com outras pessoas.

E foi a partir desta perspectiva otimista que grandes investidores voltaram a atenção para as mulheres empreendedoras. Como foi o caso do banco de investimentos Goldman Sachs, que apoiado pela FGV e IE Business School lançou em 2008 o programa 10.000 Mulheres.

O projeto consiste em assistir as empreendedoras de países emergentes como Brasil, Índia, China e Egito a abrirem e gerirem seus próprios negócios de forma saudável.

O investimento previsto para ensinar estas mulheres é de US$100 milhões. O curso é gratuito, passando as candidatas por processos seletivos; e a intenção é que em 6 meses todas passem pelas principais áreas de uma empresa. É ministrado em São Paulo, pela FGV e em Belo Horizonte, pela Fundação Dom Cabral.

As mulheres já dominam as redes sociais no Brasil. E de olho nesta oportunidade, no começo deste ano, foi lançada uma rede social voltada exclusivamente para mulheres empreendedoras. A Rede Mulher Empreendedora conta com um espaço de Coworking para trabalho, reuniões, cursos, palestras e também com um ambiente virtual para troca de experiências e contatos.

Além disso, há também na rede social Linkedin o Grupo Mulheres de Negócios que já possui mais de 2 mil mulheres cadastradas que falam sobre negócios dentro de fórums do próprio grupo.

As mulheres tem o diferencial de trabalharem de forma colaborativa, com forte tendência em querer apoiar umas às outras e se engajarem em causas alheias, o que ajuda na aderência destes grupos.

Nunca foi tão falado no papel da mulher nos negócios como nestes últimos anos. Não é difícil acreditar que muitos outros topos serão alcançados pela força do poder feminino.