segunda-feira

Elas querem uma empresa ECOSOCIPOLIECONOMICAMENTE correta

Em janeiro deste ano no Fórum Internacional de Varejo que acontece em Nova York, nos Estados Unidos, as palavras de ordem que foram levantadas para indicar tendências para os próximos anos foram: mobilidade e sustentabilidade.

 

Em mobilidade temos visto um avanço sistêmico como já é de se esperar da tecnologia.

Mas em sustentabilidade gostaria de debater um pouco sobre o que presenciamos ao longo destes 8 meses de 2011 sob olhares femininos.

 

Há alguns anos atrás ser uma empresa sustentável era vesti-la de verde, além de reciclar papéis e demais objetos.

 

Hoje, ser sustentável abrange toda a cadeia – desde a escolha do fornecedor ideal para a empresa até a entrega do produto ou serviço ao consumidor final, utilizando o famoso tripé: Profit (Lucro), People (Pessoas) e Planet (Planeta).

 

Mas o que tudo isso tem haver com as mulheres?

 

Atualmente para vender para o público com maior poder de decisão (elas detêm 66% das decisões de compras no Brasil) ser sustentável é primordial.

 

As mulheres são e estão cada vez mais seletivas ao avaliar uma empresa. Elas não olham somente para fatores como preço e qualidade, mas avaliam todo o DNA da empresa em um piscar de olhos.

 

E sabe por que elas fazem isso? Porque para a mulher tudo tem importância! Não tente enganar uma mulher. Ela tem sempre um raio X para avaliar cada detalhe minuciosamente.

 

Alguns acontecimentos em que vimos marcas renomadas nos últimos tempos perdendo a credibilidade só enfatizam a preocupação que todas as empresas devem ter na cadeia produtiva de seus produtos e serviços para assim trabalhar um marketing eficiente e real.

 

Casos como o da marca Brastemp em que um consumidor indignado pelo mau atendimento prestado pela empresa colocou um vídeo no You Tube relatando o acontecimento e que tem milhões de acessos; ou como a tentativa de lançamento da coleção de peles de animais da Arezzo; e recentemente a repercussão do trabalho escravo na confecção de roupas das lojas Zara são exemplos da falta de acompanhamento de todo o processo dentro de uma empresa.

 

Todos estes fatos foram comentados por milhares de mulheres dentro e fora das redes sociais, com grande desapontamento delas em relação às marcas. Porém, as marcas Brastemp e Arezzo fizeram ações para reverter o quadro de descontentamento.

 

A Brastemp lançou no mesmo canal (You Tube) a Campanha do Sorriso, para mostrar a preocupação da marca com o social e a Arezzo enviou um pedido de desculpas oficialmente pelos canais de vendas e suspendeu a coleção. Já o caso Zara ainda está sob avaliação.

 

Mas, o esforço despendido em cada uma destas empresas foi enorme.

 

Talvez as consumidoras não deixem de comprar estas marcas, e talvez até se esqueçam dos episódios com o passar do tempo, mas com toda a certeza estes fatos irão pesar nas escolhas destas mulheres por estas marcas por um bom tempo.

 

Ser ECOSOCIPOLIECONOMICAMENTE correto não é nada fácil, mas já deve fazer parte das empresas que queiram vender de forma sustentável para homens e, principalmente para mulheres.

terça-feira

Beleza Feminina- mas que padrão seguir?

Na semana passada foi notícia em muitos portais da internet a proibição de dois anúncios de beleza das marcas Lâncome e Maybeline (pertencentes à L`Oréal) que seriam veiculados na Inglaterra.

Anúncios estes estrelados pelas divas Julia Roberts e Christy Turlington e que tiveram a interferência da Advertising Standards Authority do Reino Unido após serem considerados enganadores.

A associação britânica teria recebido queixas de que as fotos foram alteradas digitalmente e que o resultado causado com estas mudanças criaria uma ideia falsa de beleza, pressionado as mulheres a buscarem por algo inatingível.

A L`Oréal admitiu ter utilizado ferramentas digitais de retoques nas fotos, mas insistiu que o resultado dos produtos era fiel ao que seria mostrado.

Há alguns anos atrás, em contrapartida a tudo isto que presenciamos nesta semana, o case de sucesso Dove, da Unilever, estrelou uma campanha mundial de mulheres que fugiam do padrão de beleza “corpo perfeito” e que pregavam a felicidade de apresentar a “real” beleza.

Para chegar nesta solução unânime de sucesso a Unilever encomendou uma pesquisa que obteve os seguintes resultados:

Apenas 2% das mulheres se descrevem como bela;
59% acreditam que mulheres fisicamente atraentes são mais valorizadas pelos homens;
68% concordam que a mídia utiliza padrões irreais e inatingíveis de beleza;
75% querem que a mídia retrate a beleza como pessoas normais;
76% dizem que a mídia retrata a beleza baseada mais na atratividade física do que na beleza;
77% disseram que a beleza pode ser alcançada também por meio das atitudes e outros atributos não relacionados com a aparência física;
54% das brasileiras já consideraram submeter-se a cirurgia plástica.

Com estes dados percebemos o quanto as mulheres são pressionadas por um padrão de beleza fora do comum e o porquê do sucesso da campanha que as fez se sentirem “naturalmente” bonitas, sem se cobrarem por isso.

Sucesso no mundo inteiro, a campanha, que hoje direciona toda a linha de comunicação da marca, foi criada para estimular as brasileiras a questionar os atuais padrões de beleza e se sentirem mais bonitas, valorizando suas próprias características.

Porém, apesar de todo o sucesso e abertura de um novo horizonte – “diga não ao que não é natural”, acompanhamos muitas empresas caindo em armadilhas de explorar o que não existe.

Algumas consumidoras já vêm isso como um alerta enganoso, como provado nesta última semana na Inglaterra, mas a maioria ainda é refém do padrão colocado pela mídia.

E esta busca incessante pela beleza inatingível não pára por aí, como podemos constatar com o crescente número de cirurgias plásticas e principalmente cada vez mais cedo na vida de uma mulher.

Estas evidências são comprovadas por notícias de que as adolescentes já estão colocando silicones e muitas vezes são incentivadas por suas mães, que financiam as primeiras plásticas das filhas. E fica aqui a pergunta: não deveria ser o primeiro sutiã ao invés da prótese?

Apesar de 91% das mulheres preferirem mulheres normais em campanhas publicitárias, poucas estão satisfeitas com seu próprio corpo. Isto é fato.

E esta pressão pela busca do corpo perfeito ainda existirá durante muitos anos, mas as empresas de cosméticos e produtos femininos no geral deveriam ser as primeiras a conduzir o movimento da “real” beleza.

Que tal utilizar os produtos para valorizarem o que cada mulher tem de melhor e não o antídoto para algo que não existe, menosprezando o conhecimento da consumidora?! Este seria um bom começo.